Você parece tempestade.
Eu tive que olhar quatro, cinco, seis vezes,
E em todas as vezes eu recuei quando você passava.
Eu contava de zero a cem,
Na intenção de controlar a respiração, mas ela não descompassava.
Eu pensei em afogar as borboletas,
Mas toda água que bebi caiu como cascata, porque não havia nada.
Eu enxerguei meu corpo vacilando,
Mas ele se manteve firme mesmo quando você se aproximava.
Eu ameacei colocar fones com um ritmo lento para controlar os batimentos cardíacos,
Mas sua voz soou como mantra.
Você me parece o retrato perfeito do caos,
Mas o caos já teve um retrato?
Você me fez lembrar aquele texto budista;
Sem o coração pesar,
Sem a mão tremer e sem joelhos fracos.
Você parece tempestade,
Mas age feito brisa fresca em pleno verão.