Na Alma da Brisa
Restos de memórias,
Pétalas de flores já idas,
Resta apenas a fragrância,
Perfume oculto na brisa.
Olhares distantes,
Alma sem corpo,
No vazio que se recria,
Nas asas feitas de magia,
Herói da história,
Santo perdido de Deus,
E o poema flutua,
Brinca de existir.
E sem modéstia,
Toda humildade
Merece orgulho.
E eu já não tenho tempo.
O relógio se fez fugitivo.
E guardei meu último sorriso.
E na hora H fingi chorar,
Mas ria por dentro,
Pois era estranha a lágrima.
E então retalhei mentiras,
Para construir verdades,
Pequenas insanidades,
De uma mente difusa nas estrelas,
De um céu perdido no espaço,
Onde palavras brincavam de ser,
Onde a promessa era apenas amor.
E amei de coração,
Pois não se ama com a razão.
E os pensamentos curvaram-se,
Para depois aplaudirem os sentimentos,
E então a vontade quis ser,
Mas não teve tempo,
Pois já era hora de ir.
15/09/2010
Gilberto Brandão Marcon