A LAGARTA E A ROSA
A lagarta desliza na lousa,
(...ela não voa, nem pousa)
E, pra ficar na memória,
Vai deixando o seu rastro.
Vai deixando datas…
E acontecimentos da história.
A lagarta deixa relevos de geografia;
E, da literatura brasileira,
De Drummond, deixa uma poesia.
De repente a lagarta quase caiu,
Rápida foi Dona Rosa! Foi por um triz;
Ah! Dona Rosa é a professora,
E a lagarta é o giz.
A lagarta se dou inteira, se acabou…
E, finalizando a aula, sobre o quadro,
Dona Rosa deslizou o apagador.
O giz é a lagarta… Dona Rosa é a flor.
Assim seguem os dias.
As lagartas deixando rastros,
Os apagadores apagando os traços.
E, entre as lagartas e as rosas
Uma perfeita simbiose;
E, na mente dos alunos,
A mais alucinada metamorfose.
Os anos passaram…
E, passaram rapidamente;
Aqueles alunos, e outros, criaram asas,
Impulsionados por borboletas na mente.
Dona Rosa? Que saudade!
Dona Rosa, e tantas outras rosas…
São só felicidade.