CONFESSO
Confesso, sou gatuno
Querendo, plagiei versos,
Não apenas um, diversos
Foi em momento oportuno
E por isso, impuno,
Minh’alma serena
Que de mim, sente pena,
Guardando imagens,
Tirando vantagens
Sem provas, condena.
Roubei cenários
Amores de outrora
Ventos d’aurora
Ouvi comentários,
Dos beijos, vários,
Ideias de paixão,
Perfeito ladrão,
De livros e filmes
Das telas sublimes
Afanando interação.
Réu confesso,
Que na pétala da flor
Procuro o amor,
Sem tempo, apresso,
Imploro acesso
Pouco mais que o nada,
Continuo a jornada
Capturando poesia
Digo como sempre dizia:
Por mim foi criada!
O que eu sequestrei
Foram ensinamentos,
Pontuações e pensamentos
Do que eu copiei,
Dos passos que eu dei
Lendo tanta gente
Que me fiz contente,
Em algo formar,
Do melhor, inspirar,
Criar minha vertente.