Água Atiça

Sou barbatana afiada

em busca de uma ilha selvagem

com líquens ao redor

do tronco da árvore da felicidade

e as águas do mar adentrando

as areias brancas da praia

como as ondas de choque visíveis

de uma explosão num túnel da vida.

 

É assim que teu canto de amor

me percorre a alma,

apropriando-se do todo que sou,

do tudo que somos.

 

Em ti busco o augusto dos sentimentos,

a completude do voo como fala a poeta:

é o todo que me apetece e faz viver,

qual pássaro de asas planantes

e voos andantes de procuras.

E que seja o alto da árvore nas montanhas

que, com sua onda, o mar atiça.