TEIMOSIA

Escrevia escondida

Bebendo em cada canto

Tapado da minha vida.

Arregalada em espanto,

Bebendo o pranto,

Descobrindo o encanto...

Mas a vergonha erguia-se:

És pequena, não prestas.

As palavras são funestas

A serenidade adia-se...

Com tamanha teimosia

Será que não me canso?

Sigo, teimo e avanço,

Insisto na ousadia...

Conseguirei expor

Com ou sem fervor,

A urgência que tenho?

Cantarei o amor

Desfaço-me do pudor

A vergonha, desdenho!

Se conseguir, ainda bem...

Se não, também.

Mas ela não me detém!