As fontes de prazer

Minha fonte ensopa o teu telhado

de vidro e de carne,

de desejo e de medo,

de vinho e de água

quando descubro dentro de mim

que meu deus é catártico

e que minha carne sente sede.

De tudo falo aos teus ouvidos,

mandam-me os falos

de um sussurro ao grito

como se quisesse lembrar-te a vida

esquecida nos pêlos de tua pele

singela e mansa,

carente e louca.

E continuo alimentando a fonte

e dando-te os oásis de um horizonte

que há dentro de minhas pernas,

essa cisterna de felicidade.

Minha fonte, é a tua, seca...

ajuntada com a solidão

que não te quer mais parada

mas a gritar sobre o meu peito!