Se falta, se repõe

Ela vive dando jeito de deixar esse amor de pé

Tudo por causa de uma brisa

Que a pegou de jeito no caminho

Era noite, quase madrugada

Ali, ela pôs atenção no pulo da carne que pulava no peito

Era pulo de alegria

Daqueles que quase levanta defunto

Na quase madrugada daquela noite

Uma música no rádio acompanhava a brisa

Tinha um negócio no peito

Primeiro ela perguntou

Depois localizou:

“Eita, que trem é esse?

Que alegria é essa?

Tudo isso só por que vai ali

Ter peles que se tocam?

Tu é besta ou tá aprendendo a viver?”

A resposta logo veio

“Tu é besta e tá aprendendo a viver”

Uma bestagem bonita, cheia de vida, de um vai que nem sempre vem

Segurado pela teimosia do que não se quer perder

Ainda que perdição

Passou um tempo

Passou história, vida, quase se foi

Mas ficou

E porque ficou, nessa noite teve alimento

Não é só ela, ele já não é tão besta

E também segura

Essa noite

Combustivou

A coisa da tia

Entre todas as outras coisas

Um Pedro, uma mãe, um Cardoso

Duas risadas

Um olho castanho

E três líquidos que se deixaram escorrer

Isabel Cristina Rodrigues
Enviado por Isabel Cristina Rodrigues em 31/01/2023
Código do texto: T7708032
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.