Se falta, se repõe
Ela vive dando jeito de deixar esse amor de pé
Tudo por causa de uma brisa
Que a pegou de jeito no caminho
Era noite, quase madrugada
Ali, ela pôs atenção no pulo da carne que pulava no peito
Era pulo de alegria
Daqueles que quase levanta defunto
Na quase madrugada daquela noite
Uma música no rádio acompanhava a brisa
Tinha um negócio no peito
Primeiro ela perguntou
Depois localizou:
“Eita, que trem é esse?
Que alegria é essa?
Tudo isso só por que vai ali
Ter peles que se tocam?
Tu é besta ou tá aprendendo a viver?”
A resposta logo veio
“Tu é besta e tá aprendendo a viver”
Uma bestagem bonita, cheia de vida, de um vai que nem sempre vem
Segurado pela teimosia do que não se quer perder
Ainda que perdição
Passou um tempo
Passou história, vida, quase se foi
Mas ficou
E porque ficou, nessa noite teve alimento
Não é só ela, ele já não é tão besta
E também segura
Essa noite
Combustivou
A coisa da tia
Entre todas as outras coisas
Um Pedro, uma mãe, um Cardoso
Duas risadas
Um olho castanho
E três líquidos que se deixaram escorrer