Pequenas histórias 297
Conhecer-te
Conhecer-te
Foi algo que nunca imaginei
Algo que realmente impressionou
Meu mundo apático e burguês
Não posso enganar os olhos famintos
A beleza não é o suficiente para me convencer
E o exposto foi justamente o que eu precisava
Foi à porta de entrada para um caminho longo
Onde o que imperou foram experiências
Diversas, intensas, significativas
Cauterizando depressões faciais
Registradas para sempre
Na superfície oleosa da pele
Não sei o que escrevo
Não sei o que escrevo seja verdadeiro
Não sei o que escrevo seja verdadeiro realmente
Não sei o que escrevo seja verdadeiro realmente ao que sinto
Seja realmente o que eu escrevo, entende?
Não entende?
Nem eu
Mas é o que eu escrevo
Escrevo porque há algo que a superfície da pele esconde
Impulsiona-me, isto é, impulsiona esses dedos magros e feios
Longos de trabalhador nada afeito ao rude labor
E nessa ressaca eufórica Natalina
Nada mais tenho a lhe dizer
A não ser que conhecer-te
Foi algo positivamente
Que nunca pensei realmente
Fosse me acontecer