O Sopro de Tua Voz
A boca silenciosa a transpirar suaves palavras,
Que se desmontam em sílabas,
Que se desmembram em letras,
Que renascem em frase, em poema,
Em amor que antecede a paixão,
Que descrê do corpo,
Para vivenciar a inquietação da alma,
E viverá em mim, e viverá em ti,
Pois que vive em quem sonha,
Musa do encanto solitário de cada um,
Musa do silêncio encantado,
E por isto a prece que é apenas muda,
Pois nada diz, por tudo já conter.
Flor da madrugada, botão da manhã,
Semente do entardecer,
Que esvaneceu na noite,
Sublimada em perfume,
Que invade e depois pede licença,
E se aconchega,
Para adormecer no coração.
Gilberto Brandão Marcon
30/05/2005
(Fragmento Texto: Os encantos das almas femininas)