Risco da trovoada
Da nebrina me abriguei sob a árvore frondosa,
de temporais e chuva leve na maloca fiquei,
sob tempestades e relampago fugaz caminhei
sob a rocha me escondi, juntei gado sob raios e vendavais, ninguém me avisou que descarga eletrica era fatal, até porque acredito não sabia meu pobre pai!
Dei sorte, no meu norte nada aconteceu, vi o gado ser trucidaado, o cedro pegando fogo, a palmeira jogadas ao leu, vi tudo que podia, até pingo da chuva bebia quando do céu caia.
A canção se fez matiz, vi o bem-te-vi amar a perdiz em tarde de verão, embrenhei-me nas matas vigens, me bati contra o destino entre pássaros e assombração. Meu pai sempre dizia: "pra eu seguir firme, com fé no coração" que tudo eu venceria.
O raio nunca caiu em minha cabeça, por incrível que pareça, o gado deixei lá no grotão, esqueci até o endereço, era nas Minas Gerais onde tive muitos tropeços, mesmo assim nunca esqueço a terra onde nasci e me criei.
Lindo era meu pai centrado e de alma bondosa, igual a ele nunca vi, "Se sorri ou se chorei, o importante é que emoções eu vivi..."