Sucumbi, suspeito, ao beijo do poema...

 

Foi de varar madrugada a noite dos recomeços...

Entre o provável e o provocador, só confissão

Desnuda, suspeito, tenha sucumbido...

 

Escondendo-me ou revelando-me,

Sem medo da overdose dum amor carmim,

Ah, danado de sentires, esses meus, a perigo,...

 

Inda qu'eu chore de arrastar chão afora,

tristeza apaga não

o brilho do olhar que me pega...

Alimentando meu ego, me ama...

Embriagado, deseja-me...

 

Tipo os  de livro de romance, tipo folhetim...

Puro é promesssa e é cheiro e é corpo 

Profano, deita na contemplação do sagrado...

 

Eh, coração doido!

Se eu fosse você,

morava comigo de novo...

 

No diário intimo de minhas poesias

vinha pulsar paixões...

Com desejo incontido ouvir coisas banais...

Levando a sério calor e excitação,

sossegar aflições, qu'eu, 

sem nenhum  controle,  vago, em fios de orvalho, 

pro beijo do poema...

 

 

Porque você não vem morar comigo? 

Chico Cesar

https://www.youtube.com/watch?v=zoSu15NBBTw

 

 

 

(*) Imagem: Pinterest 

 

 

Comentário de Esther Lessa

Valeu, Poetisa!

"AS NOSSAS POESIAS, SÃO MESMO,

UM DIÁRIO ÍNTIMO DE NOSSAS SENSAÇÕES!

E SE, POR FORÇA DE CIRCUNSTÂNCIAS,

SE INSTALAM NOITES DE RECOMEÇO,

AS CONFISSÕES SOSSEGAM AS AFLIÇÕES.

E DEPOIS, NA PROMESSA, NA TRISTEZA,

NO OLHAR A BRILHAR,

NA PAIXÃO A PULSAR,

É ESPERAR O BEIJO DO POEMA!"

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marisa Costa
Enviado por Marisa Costa em 24/01/2023
Reeditado em 25/01/2023
Código do texto: T7702968
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