SOBRE QUAL A RAZÃO DE VIVER...
Repita o que não foi dito
Ininterruptamente...
E ouvirá os sons dos surdos
Barulhos repletos de cor e sentido
Ruídos silenciosos e harmoniosos...
Que irremediavelmente levarão
À realidade sobre as coisas
Magnífica e horripilante verdade!
Talvez os objetos percam o sentido
Porque em si mesmos nunca o tiveram...
As narinas sentirão
O inusitado odor do ar puro
Um ar que não se respira
Que bafeja os pulmões da alma...
E como num milagre
Milhares e milhares
De magníficos cheiros
Inodoros para qualquer mortal
Invadirão seu aparelho nasal
Todos criados por sua mente
Para o seu deleite...
Poderá segurar (sem precisar tocar!)
E ao mesmo instante
Os seis lados de um infinito cubo
Nesse ponto indeterminado,
Fronteira com a insanidade
Que o tempo pára!
Junto com você, pára o mundo...
E você existirá além do relógio
Em diferentes lugares no espaço
Simultaneamente...
Você não será mais você
Conquanto ainda exista sim um "eu"
Perceberá que nada anda
E nunca andou
Porque o universo não muda
Ele apenas existe
Se observado de fora de seus limites...
Embora nas suas entranhas
Seu apelido seja mudança...
Amará com toda sua força
Apenas por querer amar
Sem esperar nada em troca...
Afinal nada há a ser trocado
Tudo é seu e sempre foi
Só não lhe pertence!
Amor deixa de ser necessidade
Para ser serenidade, perenidade
E a eternidade então se revela...
Multifacetada e... estranho... única?!!
A vida se acaba...
E recomeça... e acaba de novo...
Não há início, nem final, só meio... meio...
Um pão feito de miolo, sem casca
Mas a essa altura
Você já possui a resposta
À derradeira pergunta que lhe atormentava
Sobre qual a razão de viver...