Ciclos e Estações
Há amores que chegam como uma chuva de verão,
Anunciam-se repentinamente,
Alastram-se rapidamente
Abalando as nossas estruturas,
Causando alagamentos,
Sofrimento e destruição.
Há outros que chegam de mansinho,
Aparentemente ingênuos e inofensivos,
Mas como os ventos do outono,
Arrancam-nos o máximo de folha que conseguirem,
Deixando-nos desprotegidos,
A mercê de um iminente destino.
Há aqueles que nem se quer se dão o trabalho
De disfarçar as suas verdadeiras intenções,
São gélidos como a noite mais fria de Julho,
Abraçam-nos com seu aperto petrificante,
Fazendo lentamente a nossa última célula agonizar.
Particularmente prefiro aqueles
Que me façam florescer,
Que mesmo com a chegada da idade,
Eu me sinta rejuvenescer;
Mesmo nos dias mais difíceis
Abram-me a janela da vida mostrando
Pássaros sorridentes a cantar,
Convidando-me alegremente
Uma melodia entoar.
O ciclo dos amores anda de mãos dadas
Com o ciclo da vida,
Ambos estão interligados por um elo
Chamado presente,
Basta-nos absorver experiências
E saber enxergar poesia
Em cada novo dia que conquistamos.
Como as estações que vem e que vão
A esperança nunca deixa de pulsar
No coração de quem acredita
Que os sonhos de amor são para si.
Ainda que durante a madrugada
Caia uma forte tempestade,
Há sempre a possibilidade de um lindo sol
Despertar o nosso amanhecer.