Calar meus versos

Calar meus versos

Preciso me calar.

Por um fim a meusTormentos,

Deixar o tédio me embriagar,

E apenas continuar vivendo.

Sentir a brisa soprar no rosto,

Me revezar entre o anjo e o monstro,

Me abraçar ao tempo.

Ser eu apenas,

Entre tantos que me assistem.

Calar meus poemas,

Que a machucar me, insistem.

Deixar ir se embora,

A dor que se aflora,

Que a meus encantos,não resistem.

Não mais ouvir a loucura,

Calar,calar por completo.

Adquirir nova postura,

Lançar fora dejetos.

Estar entre a luz e a escuridão,

Sem fazer menção,

De meus versos.

Enfim,deixar de compor,

Não mais usar a poesia corriqueira.

Não usar o passaporte do amor,

Para transpor fronteiras.

Sem ter espanto,

Deixar o papel em branco,

Mesmo que eu tal não queira.

Guardar os meus segredos,

Sepultar meus sentimentos,

Deixa-los aqui presos.

Prende-los bem aqui dentro.

Calar,sim,calar minha poesia,

Deixar meus versos em agonia,

E,ao agonizar, morrendo.

Ladislau Floriano.