Destroços

Destroços

Quem nunca se viu,

Num momento de fragilidade,

Sem querer, uma lágrima lhe caiu,

Numa repentina saudade.

As vezes, a um canto jogado,

Ou num trânsito agitado,

No campo, no mar,ou na cidade.

Certas traiçoeiras lembranças,

Que pareciam esquecidas,

Nossa mente alcança,

Abrindo feridas.

E por mais que se disfarce,

Fica ela em nosso encalce,

Mesmo não sendo bem vindas.

Dizem que o tempo tudo apaga,

Mas sou prova que não,

Não sei onde certas mágoas,

Se escondem do coração.

Só que em certos momentos

Vem nos trazer tormentos,

Parecem assombração.

E mesmo assim junto forças,

Engulo as lágrimas e me reforço,

Enxugo até a última gota,

As descarto sem remorso.

Sigo minha vida comum,

Sabendo que sou mais um,

Que tem o peito em destroços.

Ladislau Floriano