Amor canalha

AMOR CANALHA

Penso que as vezes o amor,

Não anda com a felicidade,

É frio, sem calor,

Acorda a saudade.

Traz lembranças ruins,

Faz de você e de mim,

Reféns, sem utilidade.

Simplismente nos transforma,

Naquilo que nem somos.

Assume diversas formas,

Que jamais supomos,

Poderem ser alcançadas,

Não somando nada,

Como seres humanos.

Passa a ser um vigarista,

Charlatão de sentimentos,

Que quando nos avista,

Trás temporais de tormentos.

A nós simplismente oprime,

Quando não se define,

E se deixa levar pelo vento.

Esse chamo de amor canalha,

Vilão de má fé,

Não ajuda, sim atrapalha,

O amor que genuíno é.

Com suas sórdidas lembranças,

Fazendo lambanças,

Fazendo de nós, um qualquer.

É este que lágrimas nos arranca,

Quando deveria trazer sorrisos,

É este que nunca descansa,

Não dá trégua, não dá alívio,

Nos fere pelas costas,

Trava a fechadura de todas as portas,

Mata,se for preciso.

E é a este que combato,

Me alimentando de solidão,

E assim eu o mato,

Com a minha inanição.

Mesmo estando só,

O destruo sem dó,

Embora também seja minha destruição.

Ladislau Floriano.