HELENA
JB Xavier
Flutuando, distante, nas brumas do tempo,
Há uma imagem tênue,
Esfumada, e o som de um sorriso divino
Por entre o azul esfuziante
Que a tudo envolve...
Uma visão diáfana
Que perdura
Quanto mais o tempo passa...
Uma felicidade plena,
Um nome murmurado....
"Helena"...
Em um tempo perdido no tempo...
Uma doçura indefinível
Um abraço etéreo,
Uma promessa de eternidade,
Reduzida a uma louca saudade...
Que insiste em permanecer viva
Ainda que na esfumada realidade do sonho...
Flutuando, distante,
Há um abandono, uma premonição,
Um coração
Que sangra momentos de felicidade...
E essa louca,
Essa dilacerante saudade
À espera de que as brumas
Sejam apenas outra realidade
Onde talvez
Voltemos a nos encontrar
Para que no abraçar último
Dessa quase realidade
Possa exaurir num beijo divino
A dor do sonho sempre buscado,
O doce gosto do sofrer,
O poema inacabado
Que nem cheguei a te oferecer...
* * *