Caminho livre
Amor de verdade?
Quando a gente ama,
Não procura defeitos,
Simplismente não reclama,
Tudo é aceito.
É curtição entre laços,
É só beijos abraços,
Tudo se resolve no leito.
É um tal de amor infinito,
Dividindo cumplicidade,
O feio, fica bonito,
O bonito vira beldade.
Um tapinha não dói nada,
Palavrão vira coisa engraçada,
Mentirinha, soa como verdade.
Mas...quando o amor acaba,
Ambos os olhos são abertos,
Não tem mais graça as piadas,
A cama vira um deserto.
O feio, fica horripilante,
O bonito, já não é o bastante,
Já nem querem ficar perto.
Beijos e abraços de outrora,
Dão lugar a distância,
A fúria, do nada se aflora,
Aparece a desconfiança.
O que era um paraíso,
Vira um inferno abrasivo,
Acabou se a bonança.
O fim, então é previsto,
Nada mais resta fazer,
Ambos buscam com afinco,
Separados viver.
O amor antes tão amigável,
Agora é insuportável.
Será que era amor pra valer?
Duas vidas, dois mundos,
Dois seres individuais,
De amar, se recusam,
Preferem curtir a paz.
Assim sendo, não tem jeito,
Cada um busca seus direitos,
e não se vêm nunca mais.
Ladislau Floriano.