você é poético demais para passar em branco
uma história que eu não seria capaz de por em versos bonitos,
visto que, em outras circunstâncias,
eu teria me apaixonado.
o clichê mais esperado por todos os românticos,
nos beijamos e involuntariamente encaixou.
subitamente um prazo curto foi estabelecido,
e acho que ele não deixou muita chance para pitacos nossos,
por que em um encostar de corpos,
já tinha sido determinado que seríamos ”nós” por um par de dias e noites.
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e você, meu garoto.
é inspiração.
seu corpo, meu apelo à torsos músicos.
seu talento, imaginação de um lúdico.
é você, meu garoto.
não te conheci direito naquela multidão,
mas ainda é você.
seu rosto, seu nome, sua aflição.
mas você, meu garoto.
nem é meu.
só é a escritura de um romântico,
com gosto risomântico,
poético demais para passar em branco, poeta garoto.
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o dia seguinte,
naquele agora,
frações de segundo não eram suficientemente lentas.
trocamos nomes,
eu vi seus cortes.
você era adolescente igual a mim, com marcas sangrentas.
naquele agora,
frações de segundo eram absolutamente imperceptíveis.
tudo era rápido demais.
insuportavelmente rápido.
comparado ao tempo de reação que nossos olhos tiveram ao se encarar.
mas como o prazo ditou,
o piscar de olhos custou todo aquele tempo que nós tínhamos.
e quando me dei conta,
eu tava na sua cama,
junto do suor e seu poema,
sobre o amor da sua vida que você tinha fora das nossas festas.
o prazo expirou,
acabou com o momento que se fosse duradouro,
eu teria me apaixonado.
mas quando me dei conta,
eu tava na sua cama.
junto do meu coração,
que sempre fora específico do amor da minha vida que eu não mereço.
no fim eu me apaixonei,
e foi um prazer te conhecer,
mas, até algum outro dia, Ash Magon.