VERSOS PRIMEIROS DO ANO
Quiseram meus olhos primeiro o vestido
e percorreram o tecido envolto de ti
detalhes de pequenos milagres vívidos,
a tua pele cortava as flores anis
e destacava na peça minúcias feminis
que fundiam o tênue colorido
só traduzível na beleza que emanas,
então do calor que a consciência inflama
teu rosto me surgiu feito a lembrança
do delicado traço de arte perene
da boca redonda aos olhos gentis.
Dilatado no espanto percebi a matriz
que no encanto de estrelas luzentes
te servia cintilando em fundo branco
e quis que meus primeiros versos no ano
fossem um estalo desta beleza vera
que prenuncia no peito e no pano
o laço inscrito com a primavera.
E.
Diego Duarte dos Santos