Quero falar do amor puro

Busco esse sol impalpável na sombra da madrugada.

É que meus desertos não se deixam guiar

por ampulhetas e ponteiros de relógio.

O poema me chama, incendeia a noite em busca de palavras

que me expressem o sentir e pensar.

Quero falar do amor puro.

Esse, que me faz amar e seguir amando.

Assim, assim, desse jeito que não caibo nem em mim, só no outro.

Esse amor que de fato, não aprisiona, faz elos.

Que me faz dizer e repetir: amo, amo, amo, amo. Ah! Como eu amo!

Como é bom reconhecer esse amor, aceitar, honrar

e entregar a quem se ama de forma incondicional.

Esse amor puro só é possível na aceitação de si mesma,

no autorreconhecimento e quando deixei de buscar no outro

o que não entregava a mim mesma, o que não via em mim

- a completude em divindade e generosidade -

a amplitude e a pureza do amor.

Quero falar do amor puro.

Esse, amplo, profundo, inerente a minha vida

em todos os sentidos e direções.

Esse, que preenche tudo, de forma sublime e perfeita.

De modo que sua plenitude nos absorve,

purifica e ilumina de tal forma que você é feliz

por ter essa capacidade de amar...

Compartilhar esse amor

para que quem se ama seja feliz é lenitivo de vida...

Então... quero falar do amor puro...