Minha, Tua, Teu, Meu.
Teu hálito, minha calma.
Tua voz, timbre-musical.
Teu corpo, templo-espaço.
Tua boca-grave, acidentada em mim.
Minha pele, textura-cetim.
Meu gosto cioso de ti.
Minha resposta-reticência.
Meu colo morno teu.
Tem vontade própria a minha vontade de ti.
Olha pra mim.
Eu te digo com os olhos.
Me encara.
Eu, toda água, fervo.
Deixa eu me espelhar na tua face,
Enquanto cobre-me de indagações.
Meus ouvidos,
Ávidos pela tua fala. Fala pra mim.
Deixa que eu te perceba inteiro com as mãos.
Tanto diz o teu semblante...
E eu nunca sei se deveria emprestar a ele uma conclusão.
Ou somente fitá-lo.
Sou inevitavelmente tão sua quando te tenho...
Que me esqueço de toda a necessidade de ter-me,
Anterior a tua aparição.
E o Tempo,
Esse Titã atemporal
Nunca acompanha as nossas vontades...
Faz-se... Encerra-se... De novo, e de novo...
Tua. Meu. Parece sempre como num sonho!
Para que haja, afinal, a liberdade de sonhar e viver o sonho,
Eu te peço:
Deixa que eu te seja no durante.
Pois antes eu não te conhecia.
E depois ainda está por vir...