O Singrar das Liras
A água sussurra nas tábuas do cais,
faz poema das memórias que traz.
É a alma que navegou eternidades
para concretizar presença em um sonho de luz.
No caminho foi libertando-se do peso da bagagem,
foi despindo-se das ferragens e entulhos
que carregava na clausura.
Cada grão vivido nas viagens por teu universo
lapidou e em jóia transformou.
Hoje carrega um tesouro dentro do peito.
Um Mar que singra em seu sangue
e o aquece de liras de amor.
Um silêncio que é a pausa da música da vida,
que é o repousar da jornada
a caminho do infinito estar,
da busca pelo poema na pétala da flor.