Medo da chuva
Sussurra no telhado o vento
Que amedronta meu coração
Relâmpago clareia o prado
Eu fico num canto calado
Sofrendo de consternação.
Do vento e da neblina
Protejo meu rosto, a brisa
Que entra pelas frestas
Faz-me franzir a testa
Expressando desgosto.
No céu nuvens negras
Em velocidade avançam
Meu coração inda mais
Dispara; pingos da chuva
As folhas balançam
Qual doença que não sara.
Os rios transbordam-se
Como de amor meu coração
Percebo a beleza estampada
Da enxurrada no chão;
Contenta-me um instante
Este amor, esta paixão.