"Tuas distâncias são as minhas,

as saudades que sente,

o vazio que vivencias,

é o meu também". 

 

Conheço essa distância dos tempos castiços,

distâncias tuas, distâncias minhas,

nossas saudades e vazios.

 

Também coleciono

ausências físicas que fazem dor,

que deixam um nó preemente

de buscas e desejo de estar junto. 

 

Essas distâncias

que nos assombram os dias,

feitas de um tempo agreste

que nos faz vagar meio perdidos,

sem rumo, em busca de cruzar asas

num céu criado para nos ligar

e manter conectados. 

 

Caminhamos em trilhas invisíveis

para que nossos olhares se cruzem,

nossas mãos se toquem

e nossos corações possam colar e amar.

 

Dói sim, são distâncias

que despejam saudades

e revivem o caos

e o medo da perca.

 

Ferem.

 

Mas sabemos que,

mesmo em ausência física,

estamos, em nós, presentes,

você em mim, eu em você. 

 

Se o tempo passou

e nos fez já fainos e cansados

- rodeados de serpentes ávidas

por nossa vida -

não solapou

nosso espírito que vive

e acende em nós

a criança, de carrossel

e pipocas, que somos. 

 

Estou aqui, você sabe.

Na travessia da vida,

sou tua flor da manhã,

com ímpetos de te amar

em todas horas

e, agora, goleio seu corpo,

sentinela de nosso amor,

com adornos de asas cativas.

 

Que nosso voo juntos

na travessia da vida,

tenha sempre olhares de amor,

presença viva tua,

em meus olhos e coração,

no pulsar da vida em mim. 

 

És o amor brando, o carinho

que me veste a alma,

sentinela de nosso amor eterno,

que caminha

por entre minhas lágrimas -

e meus sentidos -

que são luzes eternas

a iluminar nossas estradas

em nosso novo mundo,

nas trilhas de amor

de nosso brado e intenso caminhar. 

 

Tuas asas me abraçam e me levam,

segura e apaixonada,

para as trilhas das montanhas de luz

de nossa linda travessia pela vida.

 

Eu te amo:

eu também te amo,

amor.