Procuro em teus braços feitos o pouco de luz que dizes ter

e vejo o sol me aquecendo e acendendo faróis em minha alma.

Quero essa luz que atende pelo nome de amor por mim...

Te amo e minha luz navega pelo fio pra chegar até você, sentes?

 

Sentes a mim? Caminhando em você com minhas palavras,

para chegar em tua face, em teu ouvido e sussurrar

que te ama, e te acarinhar, assim, assim...

 

Meu amor, como vou chegar até você com toda força do meu desejo?

Com meu amor de insanidades?

 

Meu querer quase sempre é água pura e cristalina e segue a correnteza do rio,

mansa e lentamente, rolando pelos seixos que fazem de leito para o nosso amor...

Mas que fazer se chega um ponto fora da curva e tudo descamba

e as águas viram cascatas bruxoleantes que despencam morro abaixo?

 

Mas tento ser doce e meiga, procuro acariciar tua vida com o mel dos ervais,

das flores silvestres que despontam belezas rosadas e felizes no jardim da vida. 

 

Mas tento, tento, tento seguir o teu ritmo, procuro ir na música por tua partitura,

sentir em mim teu desejo a firmeza de tuas vontades...

 

Mas, vivemos em guerra. E queria conhecer o grau e incliação de teu pé direito,

para adentrar tua casa e procurar as armas com que lutas,

 

Quero conhecer teus métodos e abordagens, quero que me mostre

como lutar uma batalha de perdas, como derrubar um canhão sem ganhar a guerra,

como arrebentar com uma bomba, que arma usar, que botão apertar...

para vencer sendo vencida, para receber as homenagens

heróicas da vida morrendo em meio a batalha da vida?

 

Me ensina como receber a paz e o remanso

dos combatentes de uma guerra que nunca termina

sem morte e sem perdas de ambos os lados?