CHUVA NOS OLHOS
Se o pensamento
alimenta o riso,improviso
um verso para ouvir o meu.
Ando na chuva que me rasga
mansamente a carne...
Pele e espanto.
O céu, expele o pranto.
E eu?
Continuo meu vôo rasante
no pensamento/poema.
Molho a boca,no leito dessa
rua que me toca,chuva.
No peito dessa lua que
me provoca,pranto.
Na língua da pronúncia
que me devora,tanto.
E se o pensamento alimenta
a lágrima,vou embora...
Quase morrendo.
Quase chovendo.
Quase querendo,ser
ser intensamente
Tua.