Adaga no peito
Adaga no peito
Toda vez que o poeta,
Escreve poemas de amor,
Aos outros ele os endereça,
Os espalha, como pétalas de flor.
Que enfeitam as estradas,
De tantas pessoas apaixonadas.
Aliviando-lhes a dor.
Enquanto compõe os tais,
Que transportam os cupidos,
No seu peito, nasce um aí,
E mais outros, tão doloridos.
Escrevendo seus versos,
Imaginando universos,
Onde não é incluído.
No rosto, se leva um sorriso,
No peito traz uma adaga,
Na alma, chora escondido,
Senão o poema se estraga.
Enquanto sua mágoa carrega,
Alegria, aos outros entrega,
Assim o poeta trabalha.
Pode parecer bonito, apenas, àquele que lê.
Ao poeta é tão dolorido,
Sobre a felicidade escrever,
Enquanto sua vida se expira,
Por brasas se preciso se atira,
Chorando, arranca um sorriso de você.
Ladislau Floriano