NA VARANDA ... ENQUANTO ESPERO ...
Na Varanda ...
Enquanto espero ...
Nídia Vargas Potsch
Céu muito azul
poucas nuvens brancas
como algodão doce
alegra as bocas das crianças ...
Conto as pipas dançantes no ar,
Conto os pássaros voando a passarem ligeiros pros ninhos.
Conto as antenas de TVs
que são muitas
e estão em toda parte.
Conto mentiras imaginárias
para mim mesma,
enquanto espero,
engambelar meus pensamentos.
Ouco uma música
vinda de longe,
talvez festa em condomínio.
O cachorro da vizinha
late furioso para um passante,
enquanto na grade me debruço, atenta ...
Queria você
mais perto de mim
para não ter
que contar mais nada ... e
o tempo passar ligeiro ...
até você chegar aqui.
Já, já, irá anoitecer ...
Hoje, o morro está calmo,
não há tiroteios.
Uma doce paz
invade-me o peito,
tranqüiliza-me ...
Fecho os olhos,
recosto-me na cadeira
e aprecio a brisa fresca
que balança meus longos cabelos,
me arrepia inteira,
ao sentir que
um beijo seu
chega até mim,
no bico de uma encantadora
pombinha branca
que no meu ombro acabou de pousar ...
Nídia Vargas Potsch
@Mensageir@
Rio, 27/08/2006