Aquarela de Felicidade
Aquarela de Felicidade
Nos primórdios da minha vida
Minha alma se debruçou
Sobre toda a minha existência
Que que se resumia em dúvidas
Questionamento sobre cores
Já que a apatia no viver
Ainda nem se despertara
Me encontrava diante de uma tela
Uma enorme moldura rígida
Prendendo um tecido transparente
Eu com um minúsculo pincel
Com a missão de pintar
Minha aquarela de Felicidade
Nem conhecia as cores
Quiçá tivesse um dom
Quis pintar uma estrada, um caminho
Só esboçava as pedras que tropeçava
Primeira pincelada foi de solidão
Outras tantas das dores
Era pra expressar as cores da minha vida
Naquela tela porém nela sentimentos falavam
O colorido da vida as vezes se acinzentava
Pintei o fogo da paixão pra aquecer o frio da solidão
Retratei minha loucura anonimamente bem
Nunca minha aquarela de Felicidade eu retratava, eram sempre tons cinzas
Então eu chorava...
De tanto tentar registrar uma emoção
Ouvir uma voz gritar dentro de mim
Pinta o amor!
Engraçado como pintar o que nunca sentir
Será que se inventa o amor?
Ou se aprende a amar?
E qual cor esse sentimento terá?
Eu gosto de verde cor do mar!
Acho que vermelho só combina com paixão
Contudo descobrir que a cor do amor é castanho e vem numa moldura com sorriso
Que pinta cabelo escondido de mim
E tem manias e pensamentos
Que me ganha com três palavras
E tantas coisinhas tão particulares
Que até me faz esquecer de pintar minha aquarela de Felicidade
Com o pincel na mão e todas as cores do mundo jamais conseguiria pintar todas as coisas da minha vida
Sequer um sentimento como o amor por sua nobreza
Quase desistindo de retratar uma paisagem rica em cores de felicidade
Ouvi do fundo de minha alma uma voz gritando insistente
Pinta só o nome dela na tela do teu coração
Que todas as cores felizes tua alma conheceras
Então com delicadeza, sutil de quem nunca amou
Escrevi seu nome Roberta Figueiredo em vez de paisagem
E sou feliz por ter tanto a pintar ao lado dela na minha aquarela de Felicidade
Com as cores do amor!
Ricardo do Lago Matos