O amor, tão presente na minha vida,
marcou profundamente o meu ser.
Mudou minha vida, mudou a mim,
lapidou minha essência,
me fez uma pessoa melhor para mim mesma
e me ensinou a amar sem pedir
nada em troca, simplesmente amar.
Por isso eu sei que errei, quando mudei isso
e pedi algo em troca desse amor.
E te peço perdão por mais um descambo,
um arrombo na casca que me reveste o ser que sou.
Imagino que deves estar triste e me entristeço junto.
As lágrimas ficam ali, sem cair, beirando a borda dos olhos,
a reflexão vem e vai e me diz coisas que eu não queria mais ouvir.
Que ainda há inúmeros resquícios de uma mulher
que eu não queria mais ser.
E constato que cada dia é uma desconstrução
e uma nova construção.
Vejo que tenho tanto a amadurecer, crescer.
O que não muda é o meu amor por ti.
Que é imenso e que te entreguei mais uma vez com os olhos.
Meus olhos falam das minhas profundezas,
do que paira no interior da concha
em que, às vezes, eu me fecho.
Não é que parti, não é que fui embora quando nela me fecho,
é que eu só me escondo de mim mesma.
Tem dias tenho medo de me olhar
e me reconhecer essa flor cheia de espinhos venenosos.
Mas, em meio aos espinhos, existem luzes
e é lá que mora o amor que te sinto, que mora você,
que acalento e zelo para que sempre tenha forças para viver e sorrir.
O amor nos arrebata sim, nos tira do chão,
nos levanta em busca de nós mesmos
e quando nos encontramos,
é a quem amamos que encontramos
pois o amor também tem a magia
de nos unir e fundir um ao outro.