NA PELE O TEU PERFUME
Antes de ti a vida era de alegria despida,
Um galho que a tempestade quebrou
Tu foste a seiva, a doce fruta na árvore pendida,
A água bendita que a murcha flor revitalizou.
Hoje luto contra a dor e abraço a saudade,
Desse amor que tanto queria e me fugiu.
Passam os dias e noites, é bem verdade,
Nada acontece, só a flor da solidão se abriu.
Nada restou dos nossos momentos.
Levaste tudo, só deixaste tormentos,
Mas esqueceste em minha pele o teu perfume,
E, em meus ouvidos, as palavras de queixume.
Queria poder violar o teu estranho silêncio,
Explorar os recônditos de tão frígida alma,
Encontrar a solução do enigma.
Se eras feliz por que partiste?
Partir foi preciso...eu penso...
Porém, a razão podias ter dito,
Deixaste o mistério, no ar suspenso,
Em meu peito a dor, em abafado grito.