O tempo pairou estático

por sobre o fosso da vida.

Como um grande pássaro

paira a observar

as ondas do ar.

 

Foi assim que caí

em meus

abismos de silêncio,

afundei na plenitude

de cada respirar

das profundezas

de minha existência.

 

Vi minhas raízes,

cravadas

na terra que és,

cravadas

na flor que sou

sob tuas asas.

 

Me senti.

 

Tantas vezes

longínqua de mim,

tantas vezes

procurando-me

nos potes sobre

as prateleiras da vida.

 

Me achei.

 

Em minha

palavra escrita.