Você é o meu início e o meu fim,

o meio das coisas

que me fazem a vida e me dá a vida.

Também me perco em lampejos

e me confundo com as dubiedades

que eu mesma me faço ao ouvir das canções.

 

Você é, e é parte de mim,

metade de minha vida,

de meu coração.

A outra metade sou eu.

 

És dono destas minhas

prateleiras de esperança

e vontade viver.

 

Sem elas o precipício

do avesso de flechas

já seria minha eterna moradia.

Não sobreviveria a avareza

e egoísmo dos sem véus.

Seria uma pedra solta

em meio ao escorregamento

da montanha em dia de nuvens

de muitas chuvas.

 

Não misturo a canção.

Sei que a discórdia

mora entre os claros e escuros

e é ali que quero viver,

sempre pronta,

sempre preparadas para lutar

pelo que me apetece:

a borda do mundo

e o voo do pássaro

por sobre os meus abismos.

 

Guerreiro, és príncipe

de meus momentos

e de nossos sonhos

que se desfazem

adormecidos e desfeitos

nos intensos areais de nosso mar.

 

Amo que sejas assim,

sempre de guarda,

sempre afoito,

à espera de me amar

e por mim zelar

como anjo

que desceu do céu

só para me amar.

 

És meu milagre,

minha morada de amor.

 

Eu te amo:

eu também te amo, 

meu amor!