Eu te amo

 

e esse amor é imenso

e cascata águas profundas e belas

que se fazem poesia ao nosso redor.

E todas são suas, como eu também.

 

Se me queres... me toma...

me leva com você para onde fores.

Se vais te esconder do mundo,

fugir para as nuvens,

tomar banho na chuva quente,

me leva contigo amor.

 

Minha alma tem saudades

de te abraçar,

meu corpo tem saudades de tuas mãos

saudades de te amar como já te amou

no trespassado do tempo,

quando você molhou meu corpo

com tua seiva e derramou em meus lábios

o teu desejo, fazendo amor em mim

como jamais homem algum me amou.

 

O sagrado e perene desse amor,

a cor que exala perfume santo e crespúsculo,

que se constrói de efemeridades

que nunca se apagam...

 

assim como a tua vela...

Que, agora eu risco o fósforo

para, neste momento solene, a acender...

 

Com a pequena chama em minhas mãos

me aproximo e em seu pavio encosto

para que ela se transforme,

com fome de escuridão

em vela acesa,

para os meus escondidos iluminar.

 

E o vento dança a valsa da vida

de um lado a outro levando a chama

a tremular, tremular

entre as palmas das minhas mãos

que a protegem

para que não se apague...

 

E coloco a vela sobre o parador,

para que, do alto

possa, neste momento único,

ser o centro do nosso universo...

 

Que nos deixemos iluminar

e queimar por suas chamas...

essa, que se levantou impávida

e se lança em direção ao aos meus abismos

com a impetuosidade das rochas,

das marés que vão e vem incansáveis,

varrendo as areias

e os grãos de insanidade das ondas,

lavando as conchas,

massageando a praia

com dedos

de águas doces,

profundas e quentes...