Cidade deserta
Ô Cidade Maravilhosa, acolhedora, bondosa, berço da manjedoura, da magistratura e cultura popular, o Cristo devia ter visto o quanto tu és sofredora, vazia após a pandemia, saqueada por maus feitores, teu centro hoje não tem mais noite nem dia! Medo arrepia na estância onde já não há tanta valia. Edifícios vazios, calçadas e praças abandonadas, o comércio, quem diria, de mesas e cadeiras sem clientes. Gente que há por perto a acha deserta, andorinhas, cambaxirras e pardais não fazem mais serenata, porém seu lindo amanhecer continua... Matou a movimentação do centro da Cidade Maravilhosa a tecnologia com o trabalho Home Off na pandemia. Suntuosos edifícios ocupados por quem de moradia mais precisa, VLT - transporte sobre trilhos, bondinho de Santa Teresa, o trem da central a transportar meia dúzia por dia, taxi convencional e aplicativo padrão no centro já não querem mais circular não. Teatro Municipal... Cine Odeon, na Cinelândia já deve ter outro patrão, novo patrono. boates, casas de shows, jardins, parques de diversãoes fecham a luz do dia por temerem confusão. Não há mais orgia, meninas panteras- moças lindas e faceieras - não ficam mais nas ruas não, trancaram-se em casas com a mente em brasa pedindo a Deus mais proteção. vem chegando o mês de janeiro, São Sebastião seu padroeiro, olhai por nós cariocas gente boa, serena, engraçada, bonita e hospitaleira dotada de amor e paixão pela vida cujo sorriso de ternura incendeia incandeia meu candiar encandeia.