Quando o tempo tornar-se envelhecido,

a prata tomar conta da copa de nossas árvores

e o chumbo prender nossos pés ao chão

que não esqueçamos que nossas almas

sabem voar o infinito e que nossas bocas

exalam ouro e nunca serão caladas.

 

Se a voz faltar, as palavras gritam

e se elas também precisarem se calar os olhos falarão

e se a escuridão cercear, ainda temos o cheiro

de nosso amor espalhado em nossos jardins

e o sentir um ao outro pelo que construímos agora.

 

Nossas almas saberão reconhecer

a profundidade e a intensidade de nosso amor

mesmo todos os obstáculos que surgirem

para que seja vivido como sonhamos.

 

E se a separação física eterna chegar

nossas almas seguem entrelaçadas

no infinito como foram até hoje

a procura de outro tempo para o reencontro.

 

Nosso amor é forte como a morte,

é intenso como a mais bravia das tempestades,

é brilhante como o céu cheio de estrelas

numa noite de trigo e comunhão de almas.

 

Nosso amor sobreviveu a todas nossas jornadas pelo mundo,

suportou separações (que nunca houveram de fato),

silêncios e, principalmente a dor e o sofrimento.

 

Somos sobreviventes.

E vamos continuar juntos, sempre...

em todas as horas, também...

quando o tempo tornar-se envelhecido...