CIGANA
Aonde busco o vinho a palavra é plena,
mas sei que a dança que inspira e enlouquece é intensa,
a se perco por ela a marca serena
de uma face acostumada ao fogo,
é que muito poderosamente há fúria no jogo
que a rosa da carne exposta na molhada injúria
revela o quanto de rijo e forte
levanta do meu ser por ela, correrias do mel q'os beijaflores afinam no sexo
Turbilhões sônicos e perfumadamente carnais, repletos de pureza selvagem e sentimentos vertiginosos
emoldurados em solos de guitarra estelares, estalados no solo fértil de alguma lua reservada
para servir de maternidade às rosas jamais sonhadas aqui,
mas que enfeitam a púbis de Eros para a gula esfaimada d'Afrodite juvenil
descomposta de conveniências tutelares
vulcânica na essência esparramando delírios pelos ares
- a rebeldia fez-se nobre quando nela
apaixonado pela mulher descobri na moleca mais que fada
quando o sexo revelou que junto ao ouro a sentinela
enfim, deu passagem à cigana que trouxe no amor a única riqueza que pedi