FELICIDADE CLANDESTINA

É bem assim desse jeito

Querer te ter contra o peito

Mesmo você sendo de alguém.

Como no livro de história

Que a menina simplória

Deseja para ler também.

E a vida, menina malvada,

Sem que a ela eu fizesse nada

Me oferta e nega brincando.

Flutuo então nas ondas do sonho

E todos os dias suponho

Que vou estar te abraçando.

E a vida, má e sardenta,

Todos os dias me inventa

Um jeito para eu não te ver.

Mas, ao mesmo tempo em que nega,

Faz-me crer numa entrega

Que amanhã poderá ser.

Fico sonhando acordado

Não durmo de tão excitado

E o dia me encontra assim.

Olhando flores de inverno

Sentindo o céu e o inferno

A se unirem dentro em mim.

Querer-te assim se faz sina

E esse esperar não termina

Onde te tenho sem ter.

Quero ler sua história toda

Antes que o coração exploda

De tanto querer você.

Mas, amo essa vida, e esse jeito

Pois mesmo doendo no peito

Sou feliz com essa sina

De não te ter, mas ter de você

Esse carinho que me faz viver

Essa felicidade clandestina.

DeJorge 06.2020

DeJorge
Enviado por DeJorge em 14/12/2022
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