Ventos Calmos
Jogue uma pausa em mim,
como âncora para firmar
meus pés doloridos do pisar
nas rodas do tempo.
Não sou malabarista de palavras,
nem me agasto perfilando
páginas de dicionários
que não explicam
as maldades dos homens
que tudo desejam morrer.
Somos reféns do tempo,
reféns das paredes
que nos separam
da crueldade que ronda lá.
Sejamos sóbrios.
Só agora sabemos
o que era dropar
nas asas do vento
e plainar asas
sem medo das alturas.
Mas o tempo mudou.
Uma tempestade hostial
e mortal chegou.
É hora de chegar
o barco ao cais.
Jogar com firmeza
sua âncora.
Fica firme no interior
do teu barco.
Espere!
Espere!
Espero!
Os ventos irão
voltar à calmaria
para, outra vez,
singrar tuas asas...