ISRAELENSE

Tudo gira na minha cabeça,

Tua imagem é memória intensa,

Do qual não me faz esquecer,

Nem pedindo pra que vá embora.

Não sei se estou escrevendo,

Ou se deparo-me com o fato,

De estar brevemente enlouquecendo,

Na constância de uma quimera.

Eis esses seus cabelos negros,

De longos vem me envolvendo,

Do mesmo jeito que o olhar azul,

Segue dominando-me por inteiro.

São noites que confesso, não dormir!

Alma que baila por ali…

Absorvendo-te a essência,

Onde eu não posso ir.

Ah, coração desajeitado,

Um peito em pedaços,

Circunstâncias da vida,

Em que deleito em ti.

Nisso abro a porta,

E o lugar não tem nada,

Além de paredes brancas,

E você num determinado vazio.

Seu vestido alabastrino,

Combinando com o social que vim,

Quando em temor, eu te digo:

-Você está bem, minha israelense?

Aqui estás e viras-te para mim,

Conclamando-me de “Ri”,

Como se quisesse desaparecer,

Do que há dentro de si.

Tão logo, correste, eu também,

Um para o outro num instante.

De frente a ti, seu rosto toquei,

Nele segurei, e vi a epifania da luz.

Mas uma vez, te indaguei:

-Você está bem, minha israelense? Está bem?

E o mar surgira para nós,

Ondas que nos deixam a sós,

Enquanto fitávamos, mais que o tempo.

Poema n.2.928/ n.73 de 2022.

Será que é real?

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 11/12/2022
Reeditado em 11/12/2022
Código do texto: T7669430
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