ISRAELENSE
Tudo gira na minha cabeça,
Tua imagem é memória intensa,
Do qual não me faz esquecer,
Nem pedindo pra que vá embora.
Não sei se estou escrevendo,
Ou se deparo-me com o fato,
De estar brevemente enlouquecendo,
Na constância de uma quimera.
Eis esses seus cabelos negros,
De longos vem me envolvendo,
Do mesmo jeito que o olhar azul,
Segue dominando-me por inteiro.
São noites que confesso, não dormir!
Alma que baila por ali…
Absorvendo-te a essência,
Onde eu não posso ir.
Ah, coração desajeitado,
Um peito em pedaços,
Circunstâncias da vida,
Em que deleito em ti.
Nisso abro a porta,
E o lugar não tem nada,
Além de paredes brancas,
E você num determinado vazio.
Seu vestido alabastrino,
Combinando com o social que vim,
Quando em temor, eu te digo:
-Você está bem, minha israelense?
Aqui estás e viras-te para mim,
Conclamando-me de “Ri”,
Como se quisesse desaparecer,
Do que há dentro de si.
Tão logo, correste, eu também,
Um para o outro num instante.
De frente a ti, seu rosto toquei,
Nele segurei, e vi a epifania da luz.
Mas uma vez, te indaguei:
-Você está bem, minha israelense? Está bem?
E o mar surgira para nós,
Ondas que nos deixam a sós,
Enquanto fitávamos, mais que o tempo.
Poema n.2.928/ n.73 de 2022.
Será que é real?