Eu grito meu silêncio
É madrugada
Eu grito meu silêncio
Na amplidão abandonada de um pequeno quarto
Em uma porção de alimento que parto
Em um trago sem álcool que, por consolo, eu bebo...
Agora só,
Faz falta o amor que perdi nos desvãos dessa vida
Por ser tão exposta minha ferida
Por gostarmos de coisas diferentes
Por não sintonizar tua alegria, derrepente
Por me apartar das gentes
Por me entristecer tua música alegre...
Existência breve
Melancolia infinda
Pensa:
Depois de orbitar setenta dias o teu brilho,
Me encontro triste e solitário, outra vez, em Porto Alegre
Nada alegre...
Agora só,
Faz falta o amor que perdi nos desvãos dessa vida
Por terem sido em vão os sacrifícios
Por ser sacrificado por meus erros e ambiguidades...
Agora o que me resta é gritar minhas saudades
E meu silêncio...
A ti peço perdão
Se agi mal, fui um louco
Se te feri
Foi a mim que matei aos poucos
Aos poucos pereço
Mas nunca te esqueço
Apenas grito
Meu silêncio.