Sinto, embevecida, seu toque de pele,
roçando meus sentidos avassaladoramente.
Aqui, jorram vinhos a nos embriagar de abraços
nos engajos de nossas vidas,
entre beijos e imagens de mil anjos
que cantam a música de nosso céu.
Calou!
E o silêncio reverbera em nossos olhos
que se espreitam com amor e meiguice.
E as almas, entrelaçadas,
são brisa e chama do vento, são rócios da vida.
Entortam e iluminam o escondido do mundo.
Aquele que só cabe as almas entrelaçadas saber.
O torto que corre, vivo, para todos os lados
de nossas avenidas de luzes
e se levanta em questionamentos
sobre o tempo que rápido passa.
Precisa mais horas para vivenciar
as inúmeras investidas
e o alavancar dos sentidos
que se intumescem de ânsias.
Por isso, sou terra em tuas mãos.
Trago as primícias de meu viver
como manto e véu sobre meus ombros eternos.
Entrego-me, ao sonho,
com muita honra e amor.
Faz toque de pele.
E nos cubra pela seda da eternidade
para que alcancemos o extremo da vida.
Aquele que a dor insuportável lateja
a ponto de o céu se abrir para receber
os raios de luzes que jorram do cone
de nuvens e líquens de tempestades.
Seja você o remanso que me percorre,
alada, dedilhando amor
em nosso santuário de flores
de conquista e pura ânsia.
Roça meus sentidos com teu toque de pele,
que eu faço jorrar, com meus beijos de anjo de luz,
tuas águas quentes, glorificadas,
ao extremo da vida, de nós mesmos,
de nossas almas entrelaçadas
e embriagadas de vinhas dos eternos.