Um líquen caiu do telhado

em minha janela do tempo.

Seguro por um fio à janela da vida,

continua carregando

seus vestidos de ferrugens.

E ela continua sustentando o seu peso,

suas incertezas, seus medos.

Ele não sabe se deixa ela lhe amar,

se foge, se nela se abraça.

Ele fica ali, só com ela,

engolindo seu silêncio

e a dor causada

que em si mesmo foi cravar.