Ele se ergue em toda sua majestade.

Recebe energia, luz dos fios

que perpassam seu coração.

Ele não sente dor de poda,

de corte, de bloqueio de estradas,

mas sente a dor da luz.

 

A luz que o alimenta lhe entrega

o que ele precisa para viver,

mas também lhe causa dor

porque, quando distantes a saudade,

a vontade de estar junto,

a necessidade física, espiritual,

o desejo enlouquecedor causa dor.

 

Não a dor que mata, a dor que sufoca.

A dor de saber-se inteiro pela primeira vez

e não entender como conseguiu viver

por tanto tempo fugindo de sua metade.

 

A dor de luz, a ânsia de estar junto,

o desejo de estar nos braços da vida

e por ela se deixar amar, ninar.