Uma letra se joga em meus olhos,
se dobra em brumas
no desafio de se juntar
a uma nota só
neste varal de sentimentos
que emerge das águas do mar.
Em seu interior se erguem montanhas
e perto da terra o anel de corais.
É neste território que meus dedos
caminham tecendo meus mantras
que o Poeta tem ânsias.
O cheiro amadeirado
de lavandas e flor de cerejeiras
que nasce das águas
invade as narinas.
Aspiro profundamente
para guardar na memória
e sentir em meus delírios...
A alma quebranta
seus cristais envelhecidos
na dança das labaredas
que iluminam a noite
nas profundezas das águas.
São chamas que brotam
dos vulcões submersos nas águas,
escondidos do mundo
até serem descobertos
por olhos de um sonhador
que viu sementes
onde só se via folhas secas
caídas ao chão...