Arado

Ainda vivo...

 

Tão perto...

As flores sorriem nas manhãs

e dançam com o Sol

enquanto as estrelas dormem.

 

A quietude faz acender luzeiros

e o silêncio é gritante.

Fala por sussurros,

olhos escondidos,

fixos nas pétalas

que deslizam

meiguices e paixões

de um lado a outro da noite.

 

O campo é de sementes

e já foi lavrado pelo arado

que, cortante, aumentou

a dor da terra e as ânsias

por um licor ou bálsamo

que amaine a ferida

e embriague a alma

para mais um plantio.

 

É o silêncio a minha manhã.

Acordada e sensível

às plantações

e seus obreiros

de cevada e pão,

para semear felicidades,

flores e amor

na mesa sedenta

ardente de luz,

entrega de amor e paz...