AMOR SOTURNO
Da obra, o pesar ou o encanto!
Ventura, porque não? Fruto do instante...
Desdém ou deslumbre do amante
A folha nua ou o esplendor do lisianto!
Do que erigi quero, antes
Do despontar talvez d`um tolo contentamento
Se vazio é o meu alento
E em delírio revivo a obra de Cervantes...
...Rogo pois, teu olhar! – Que tremula e hesita,
Mas guarda a palavra não dita
Negada, por tua impiedade!
E entre o escárnio e o apreço
Teu sorriso - A que preço
Esse amor soturno de Sade?
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Observação
1 - “obra de Cervantes” no texto se refere a Miguel de Cervantes, e sua obra “Dom Quixote”, onde o personagem vive um eterno delírio!
2 - “Sade” no texto se refere a “Marquês de Sade”, filósofo e escritor francês, conhecido na literatura de seus romances pouco ortodoxos