Voo
E toda a vez que você me vem
Eu me vou
E nessa direção nos encontramos
Não vejo nada além dos seus olhos, me acampo no seu olhar
E falo sempre deles, dos seus olhos
E falo sempre dele, do seu cheiro, do seu silvestre perfume...
E diria talvez: — Estou sempre aqui e não vês que é a sua vez...
Ai, se eu pudesse agora criaria asas e voaria ao sol
Não teria medo, não há cera como liga, minhas asas são feitas da sua vida
Tão forte e jamais reprimida
Por isso me solto nesse voo
E chegarei até onde estão seus pés
Na linha do horizonte
Ou nas portas do seu Céu